Porque a ciência aponta os exercícios físicos mais eficazes que os remédios

Lucas Workout – CREF: 051944-G/SP

Health and Performance Coach

Recentemente compartilhei com vocês um dado que aponta a visão científica no que tange a aplicabilidade das intervenções não-farmacológicas, como as atividades físicas, para a prevenção e tratamento de muitas patologias, pois segundo estudos recentes, o que veremos nos próximos anos será uma grande participação da classe médica junto ao trabalho multidisciplinar, orientando seus pacientes a adotarem a prática das atividades físicas específicas para o tratamento ou prevenção de prováveis patologias hereditárias (herdadas no seu histórico genético).
O que muda tudo isso é a aplicabilidade da Epigenética (tremo referido como uma extra informação genética que com a ajuda de modificações no DNA podem inibir determinados genes.
Segundo o artigo, Benefícios Físicos para um portador do mal de Alzheimer, o Alzheimer é uma enfermidade degenerativa considerada incurável e trata-se da perda progressiva de memória associada ao envelhecimento.
A doença promove a morte das células nervosas no cérebro (os neurônios) de forma progressiva, onde com o passar dos anos e avanço de novas tecnologias, a doença agregou uma diversidade de tratamentos, e mesmo não apresentando cura, hoje é possível que seus portadores possam retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas e, assim, obterem mais conforto e qualidade de vida.
Programas de exercício físico para pessoas portadoras do mal de Alzheimer tem como objetivo melhorar a qualidade de vida desses indivíduos, reduzindo os principais efeitos deletérios, tais como, maior risco de hospitalização (Adrieu et al; 2002), perda de independência (Wlodarczyk et al; 2004) e mortalidade (Newcomer et al; 2003).
Estudos tem demostrado que intervenção não-farmacológica (a prática de exercícios físicos), inibe as mudanças cerebrais causadas pela patologia, sendo que a atividade permanente aumenta a capacidade de aprendizagem e reduz a formação de placas de proteínas beta-amiloide no cérebro (Lent, 2002).
Uma possível explicação para os benefícios do exercício é que o mesmo aumenta a circulação sanguínea cerebral, estimulando a liberação de substâncias que ajudam no funcionamento do sistema nervoso central, como o BDNF (uma proteína responsável pela estimulação da regeneração neural em diversas áreas cerebrais), agindo como mediador na eficácia sináptica (Berchtold, Cotman, 2002).
Segundo textos e estudos baseados em Rimmer (2003), as sessões de exercícios para portadores de AD devem ser feitas de maneira individual, devido às limitações e estagio da patologia de cada paciente.

Exemplo de um programa de exercícios para pessoas com AD segundo o estudo de (Rimmer 2003).

Objetivo: Manter a independência

Atividade Aeróbia
Realizar cinco vezes na semana com duração de 10 a 15 minutos com baixa intensidade.

Treinamento de Força
Realizar três vezes na semana

Exercícios para MMSS e MMII (Membros Superiores e Inferiores).
Realizar uma avaliação postural, identificar as necessidades da pessoa e desenvolver um programa de treino inicial com máquinas e com o maior grau de segurança possível.

Flexibilidade
Trabalhar e desenvolver todos os grandes grupos musculares durante 5 vezes por semana com movimento dentro da amplitude sem dor.

Uma vez que o indivíduo com doença de Alzheimer passa a fazer atividades físicas, esses novos estímulos tendem a causar mudanças cerebrais positiva inibindo os efeitos da patologia.

REFERÊNCIAS

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